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HISTÓRIA CRONOLÓGICA DOS CARRILHÕES DE MAFRA

1730

Os carrilhões das torres do Real Edifício de Mafra, são construídos, em Antuérpia e Liège, por Guilherme Withlockx e Nicolau Levache, respectivamente. Um ofício do Consul de França em Portugal afirma que custaram 50 000 moedas de ouro (28 de Fevereiro). Antes de conduzidos para Mafra os sinos dos carrilhões são sagrados pelo Patriarca de Lisboa, junto à Igreja de Santo Antão do Tojal (Loures). Principia o seu transporte sob a direcção de Máximo de Carvalho, superintendente das Obras: os primeiros 10 sinos chegam a 21 de Setembro, 28 outros a 18 de Outubro e mais 2 no dia seguinte, em carros puxados por muitas juntas de bois, conduzidos por abegãos e escoltados por dois destacamentos de Infantaria da Corte com 400 soldados. Finalizada a Missa de Pontifical da Sagração da Basílica e retirado o Patriarca para a Casa dos Paramentos, tocam os órgãos e o carrilhão da Torre norte, ainda só parcialmente instalado (22 de Outubro). Um canteiro anónimo, natural de Borba, assegura, na Relação das Riais Obras de Mafra, que ’ esperam por mais cinquenta “ sinos. Gregório Le Roy, natural de Liège, primeiro carrilhanista de que há notícia em Mafra, contratado por D. João V, presumindo-se que já ocupava o cargo no dia 22 de Outubro de 1730.

1731

Prossegue a montagem dos carrilhões pelos técnicos flamengos que, além do subsídio de transporte, vencem 3200 réis diários.

1741

João Felix Veberhani, natural de Estrasburgo. Em 1741 partilha com Gregório Le Roy o cargo de carrilhanista no Convento de Mafra. Faleceu em 1747.

1760

Giuseppe Baretti (1716-1789) envia aos irmãos uma carta (15 de Setembro), na qual afirma que a seu ”ver foi coisa absurda e ridícula desperdiçar tanta despesa e tantas cogitações para pôr em movimento embates e martelos que produzem pouca e mesquinha música”.

1772

A Torre Norte é atingida por um raio. Dois indivíduos que fazem dobrar o Sino de Santa Bárbara, com o fito de afugentar os raios, veem-se cercados de fogo, “como se a torre toda por um instante se inflamasse“, saindo ilesos, porém muito assustados, do acidente (4 de Dezembro).

1787

William Beckford é saudado à chegada a Mafra pela música do “[...] famoso carrilhão que importou em muitos centos de mil cruzados [...]“ (Carta XVI, 27 de Agosto).

1797

O cónego D. Joaquim da Assunção Velho publica as suas Observações Físicas por ocasião de seis raios, que em diferentes anos, caíram sobre o Real Edifício junto à Vila de Mafra. A circunstância de as torres serem, estatisticamente, mais atingidas que qualquer outro ponto do edifício fá-lo concluir que os raios “buscaram e seguiram sempre os metais com preferência a outro corpo“. Estima em 14 500 arrobas o metal contido em cada uma das torres, as quais considera, por tal motivo, autêntico receptáculo ou depósito natural para o fogo eléctrico.

1806

Em comemoração do nascimento da Infanta D. Ana de Jesus Maria (9º filho de D. João VI) tangem os sinos maiores das torres e ouvem-se os carrilhões, pelas sete e meia da manhã, hora a que é anunciado o parto (23 de Agosto).

1807

David Guinié procede a grandes reparações nos carrilhões (Julho e Agosto), substituindo toda a música dos cilindros dos carrilhões mecânicos. Oriundo da Suíça, foi, em data que se desconhece, “encarregado dos consertos e conservação dos relógios, carrilhões e condutores [pára-raios] do Real Edifício de Mafra“. No Verão de 1807 procede a uma cuidadosa reparação dos carrilhões pela qual recebe 320 000 réis. (9 de Julho), para completar um primeiro pagamento “da obra do primeiro carrilhão“, em 8 de Agosto mais 384 000 réis, segundo pagamento respeitante ao primeiro cilindro e, em 14 desse mês, mais 416 000 réis “pelo resto do conserto“. Em 22 de Setembro João Diogo de Barros recebe instruções para lhe pagar a quantia de 400 000 réis, como primeira prestação relativa ao conserto no segundo cilindro; a 1 de Novembro do mesmo ano recebe igual importância relativa ao segundo cilindro do Relógio da Torre e, ainda nesse mês, mais outro tanto, em cujo recibo vagamente diz como sendo “à conta da obra dos cilindros dos Carrilhões de Mafra“. Em 1817 conserta o relógio e o cilindro nº 4. A partir de 1829, seu filho, Maximiliano Celestino Guinié, aparece a secundá-lo. Continuava a exercer o seu ofício pelos anos de 1840-41.

1808

À entrada em Mafra de uma parte do exército inglês tocam os sinos e os carrilhões (2 de Setembro).

1817

O relógio e o cilindro nº 4 dos carrilhões mecânicos são concertados e reformada a sua música por David Guinié. Fende-se o sino Bizarro, quando dobra para anunciar a missa da festa de Santo António, o que causa grande consternação, visto ser considerado o melhor das torres de Mafra (16 de Junho).

1818

Sob a orientação de três italianos, iniciam-se os trabalhos preparatórios para a reparação da fenda que se abrira no sino Bizarro (15 de Dezembro). George Landmann, oficial de Engenharia do exército inglês, diz que o carrilhão (mecânico) soa de quatro em quatro horas e que a música produzida é extremamente agradável, visto que os sinos são tangidos por uma máquina construída como um realejo.

1819

Depois de consertado e ao ser feita uma experiência, os “gatos“ saltam do lugar, tornando a fenda do sino Bizarro ainda maior (12 de Fevereiro).

1824

Um cabo do aparelho parte-se durante os trabalhos preliminares para a refundição do sino Bizarro, caindo a parte superior da porca do sino. A queda da peça esmaga um operário, fractura as pernas a outro e provoca ferimentos em mais três homens (27 de Fevereiro).

1825

António Manuel, natural de Santarém, funde um novo sino para substituir o Bizarro (25 de Janeiro). O sino substituto do Bizarro faz ouvir os seus primeiros acordes, a título de experiência, no local da sua fundição (5 de Fevereiro). Preparação do local onde decorrerá a cerimónia da benção do novo sino (14 de Março). Sua sagração na presença do Rei D. João VI (21 de Março).

Em 19 de Fevereiro de 1825, José Pedro Le Roy acusado de ser miguelista, declara que não pegara em armas a favor da usurpação (D. Miguel), nem aceitara do seu governo emprego ou condecoração alguma, tendo permanecido pacífico e sossegado sem se implicar em qualquer crime político, mantendo-se no seu emprego de carrilhanor havia “mais de 30 anos” [AHM: Autos Cíveis de Justificação, em que é justificante José Pedro Le Roy carrilhanor do real Convento desta Villa de Mafra].

1828

Joaquim Gabriel dos Santos Andrade, o primeiro carrilhanor português de que se tem notícia em Mafra, desde 1800, oriundo do Seminário Patriarcal. Deste modo, partilharia, decerto, o cargo com José Pedro Le Roy. Residiu no nº 5 da Rua da Boavista (actual José de Elias Garcia).

1831

Joaquim Manuel dos Santos Andrade conta 48 anos, era casado e pai de cinco filhos: José Teodoro de 26 anos, Luís Teodoro de 21, Sebastião Teodoro de 13, António de 8 e Pedro de 5. O assento revela que os três filhos mais velhos também eram carrilhanores.

1833

O carrilhanor da Basílica de Mafra fica na dependência do Ministério das Obras Públicas.

1834

Acusado de ser partidário miguelista, afirma não se haver envolvido em assuntos políticos [AHM: Autos Cíveis de Justificação, em que he justificante Joaquim Gabriel dos Santos Andrade carrilhanor desta villa de Mafra].

1841

O escritor polaco Karl Dembrowski escreve (Deux ans en Espagne et au Portugal): “Em Mafra há que ouvir um magnífico carrilhão de 104 sinos. Tocam valsas, contradanças, minuetes, enfim todo o género de música. O mecanismo que põe em movimento os sinos assemelha-se ao de um órgão. Tem, além disso, um teclado de 4 oitavas para as obras de fantasia. O organista toca dando murros nas teclas que correspondem às notas agudas e fortes pancadas com os tacões dos sapatos nos pedais das graves“.

1842

O Príncipe Felix Lichnowski escreve que, segundo a tradição geralmente em voga em Mafra, os dois carrilhões das torres custaram 2 milhões de cruzados em Antuérpia.

1852

Vicente Anastácio de Almeida coloca o Hino da Rainha no cilindro nº 3 dos carrilhões mecânicos.

1853

Vicente Anastácio de Almeida coloca o Hino de D. Fernando e a valsa dedicada à baronesa da Luz no cilindro nº 2 dos carrilhões mecânicos.

1856

O primeiro carrilhanor português, Joaquim Gabriel dos Santos Andrade, de 36 anos, partilha o ofício com José Pedro Le Roy durante algum tempo.

1858

Carlos Maria Piolti coloca o Hino de D. Pedro V no cilindro nº 3 dos carrilhões mecânicos. Relojoeiro com actividade conhecida em Mafra desde, pelo menos, 1858, quando introduz o Hino de D. Pedro V no cilindro nº 3 do carrilhão mecânico. O seu nome aparece registado na Freguesia de Santo André nos Livros de Recenseamento Eleitoral desde o ano de 1861 até o de 1891. Em 1861, com 28 anos, era casado e auferia o vencimento de 300 000 réis.

1866

José Francisco Marques, de 36 anos e solteiro, é carrilhanor no Real Edifício, conforme assento no respectivo Livro de Recenseamento Eleitoral. Deixa o cargo por incapacidade física, em 31 de Maio 1902, continuando, porém, a auferir o salário de 500 réis diários.

1887

Continuam as reparações nas torres do Edifício de Mafra, sendo os trabalhos dirigidos por José Egídio da Silva, cunhado do pintor Malhoa. Em 1887, 1888 e 1889 dirige a reparação e conservação em curso nas torres do Real Edifício de Mafra. Os trabalhos contemplam também o carrilhão Sul. A 10 de Julho encontram-se em funcionamento o relógio e o carrilhões mecânico e manual da Torre norte, onde foram dados por findos os trabalhos. Os operários passam para a Torre sul, suspendendo alguns sinos para procederem à substituição de madeiras e ferragens.

1888

O coronel Paiva Couceiro, director das Obras Públicas, depois de ter visitado, a 24 de Setembro, as obras da ponte sobre o Rio do Porto, na nova estrada para a Ericeira, passa por Mafra para inspeccionar o andamento das obras da reparação e conservação do Real Edifício e carrilhão da Torre sul (In Gazeta das Obras Públicas).

1889

A 10 de Fevereiro encontra-se concluída a armação do carrilhão da Torre sul, o qual se acha pronto a tocar.

1890

O periódico O Mafrense informa que Joaquim da Conceição Gomes colocara, havia poucos dias, um trecho da Ópera Lúcia num dos cilindros da Torre sul, sublinhando que a “introdução de qualquer música nova naquelas enormes peças metálicas, é um trabalho curioso mas assaz maçante, demorado e difícil“ (20 de Abril).

1898

Henrique Schaefer escreve: “Os sinos foram fundidos em Paris e trazidos para Lisboa, por ordem de el-rei, em um navio, feito de propósito para esse fim. As sinetas dos carrilhões, essas, foram feitas em Antuérpia e Amesterdão, e custaram 50 000 moedas de ouro. Em Maio do ano de 1730, mandou el-rei trazer 1 500 cavalos regimentais para puxar os carros para Mafra; foram conduzidos pelo Marquês de Marialva, que era então General da artilharia e ao mesmo tempo Governador da Província da Estremadura“.

1902

José Francisco Marques deixa o cargo de empregado do carrilhão manual, sendo provido no cargo de ajudante José Joaquim Machado (31 de Maio).

1906

O carrilhão mecânico tem instaladas as seguintes peças musicais: Cilindro 1 - quatro peças de música antiga, de autores desconhecidos; Cilindro 2 - Hinos da Carta, da Rainha D. Maria Pia e da Rainha D. Amélia e a Valsa da Norma; Cilindro 3 - Valsas do Fausto, da Filha do Regimento, da Lúcia e Aurora; Cilindro 4 - música de Marcos de Portugal. 1908

O Clamor de Mafra noticia que os maquinismos de ferro e de bronze dos carrilhões se encontram muito deteriorados, por falta de pintura (10 de Novembro). Alfredo Pinhão Alegria é Conservador dos carrilhões e relógios do Real Edifício no período compreendido entre 1908 e Abril de 1914. 1911

A partir desta data e até 1929 fica esquecida a conservação dos carrilhões a ponto de se tornar impossível o seu uso. 1914

Manuel Pinhão é nomeado encarregado da conservação dos relógios e carrilhões do Convento de Mafra, substituindo seu irmão Alfredo Pinhão Alegria (Democracia, 10 de Maio de 1914).

1920

Num artigo publicado no Diário de Notícias é feita uma chamada de atenção para o estado de degradação dos carrilhões de Mafra e para a necessidade da sua urgente reparação, a fim de evitar um possível desabamento dos sinos (17 Outubro). Posteriormente, novo artigo frisa que, desde 1919, a Sociedade Propaganda de Portugal vem instando junto da Comissão dos Monumentos Nacionais para que sejam substituídos os cabeçotes de madeira e as ferragens que, arruinados, dificilmente suportam o peso dos sinos (23 de Outubro).

1927

É anunciado que em breve serão restaurados os carrilhões de Mafra (20 de Novembro).

1928

Ordenadas pelo Dr. Alfredo Magalhães, sendo Director dos Monumentos Nacionais o arquitecto Adães Bermudes, são iniciadas as obras de reparação geral do carrilhão e respectivos sinos da Torre sul, sob a orientação de Jef Denin, famoso carrilhanor e director da Escola de Malines. Felix van Aerschodt funde quatro novos sinos para esse carrilhão.

1929

Chega a Portugal mestre François Sommers, perito em construção e montagem de carrilhões. François Sommers, natural de Malines, na Bélgica e filho de Josué Sommers. Perito na construção de carrilhões e relógios de torre. Chega a Portugal a 1 de Abril de 1929, acompanhado de Pierre Jacobs, especialista na montagem dos mesmos. Com o serralheiro de Lisboa, Abílio Ferreira, trata da reparação e substituição das peças danificadas do carrilhão sul. O carrilhanor belga Théo Adriaens é contratado para tocar no carrilhão restaurado da Torre sul. Adriaens dá um concerto integrado na festa de inauguração do carrilhão, na presença de altas individualidades: Presidente da República, Presidente do Ministério, Ministros da Guerra, Justiça, Instrução e Agricultura, Ministros Plenipotenciários da França, Bélgica, Venezuela e Uruguai, e de muito público (16 de Maio). No Hotel Duarte, em Mafra, realiza-se um banquete para homenagear o Arquitecto Arnaldo Redondo Adães Bermudes, director dos monumentos nacionais, pelo grande empenho que dedicou à restauração dos carrilhões. Estão presentes as seguintes individualidades : Coronel Casimiro de Sousa Teles, Tenente Dores, Presidente da Comissão Administrativa da Câmara e ainda Luciano Freire, Botelho Costa, Manuel Ferreira Marques, João Jorge da Silva, François Sommers, Pierre Jacobs e Théo Adriaens. No final, o carrilhanor brinda os presentes com um concerto (29 de Junho). A Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Mafra, delibera por unanimidade, em nome de toda a população do Concelho, conferir o título de “cidadão mafrense“ ao Arquitecto Adães Bermudes e ao Ex-Ministro da Instrução Pública, Dr. Alfredo de Magalhães, como reconhecimento pelo empenhamento de ambos na restauração dos carrilhões (4 de Julho). Théo Adriaens dá por terminada a temporada de concertos no carrilhão da Torre sul (13 de Outubro).

1930

A Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Mafra envia ofício ao Ministério das Finanças solicitando que seja contratado um carrilhanor, visto Théo Adriaens ter deixado o cargo em Outubro do ano anterior. Refere ainda que sendo Mafra uma terra essencialmente vocacionada para o turismo, precisa que os seus carrilhões voltem a ser ouvidos e é pena que o não sejam por falta de carrilhanor. A questão torna-se ainda mais premente devido à anunciada visita a Mafra de S. M. o Rei de Espanha, para o que se torna necessário antecipar a vinda do carrilhanista para essa ocasião (7 de Fevereiro). A autarquia efectua diligências para contratar um carrilhanista português, sondando Manuel Alves Pontes, do Santuário de S. Pedro da Porta Aberta (Rio Caldo, Braga), o qual declina o convite alegando, nomeadamente que “tendo um processo seu de tocar, e tendo o carrilhão de Mafra sofrido ultimamente adaptações feitas por um técnico belga, receia não poder, de pronto, sem que antes estudasse esse sistema, bem desempenhar da sua missão.“ (Ofício de 21 de Março). O Conselho Nacional de Turismo dirige uma missiva à Câmara Municipal de Mafra comunicando que aquele organismo deliberou conceder um subsídio de Esc. 6 000 $00, destinado a um carrilhanista, com a condição de ser montado um Posto de Rádio, para o qual o C.N.T. contribuirá (1 de Maio). O Ministro da Instrução Pública autoriza um subsídio de Esc. 10 000 $00 para custear despesas com o carrilhanista do Carrilhão de Mafra (27 de Maio). Nova temporada de concertos de carrilhão por Théo Adriaens. (Maio a Outubro). É restaurado o Relógio Romano da Torre norte, único em Portugal.

1931

O Conselho Nacional de Turismo concede novamente um subsídio de Esc. 6 000 $00 (16 de Março) e o Ministério da Instrução Pública outro de Esc. 14 000 $00 (7 de Maio). Temporada de concertos por Théo Adriaens, a qual, devido a doença, o carrilhanor não assegura na íntegra, tendo regressado à Bélgica (28 de Junho). A Câmara Municipal de Mafra dirige missivas ao posto de rádio C.T. 1 A A e ao Rádio Club da Costa do Sol rogando seja feita propaganda em relação ao concerto de 2 de Agosto a realizar por Maurice Lannoy, o qual vem, pela primeira vez, tocar nos carrilhões de Mafra. Por idêntica razão escreve à Cooperativa dos Condutores de Táxis, pedindo que coloque nos para-brises dos veículos dos seus associados os anúncios que lhe forem enviados (30 de Julho). Maurice Lannoy dá continuidade à temporada de concertos de 1931. Acompanha-o a Mafra o belga Jef Van Hoof (2 de Agosto). Lannoy conclui a série regular de concertos que iniciara em 2 de Agosto (15 de Novembro). Manuel Cristóvão e Manuel Marques, Carpinteiro e Mestre de oficina de Lisboa que, sob as ordens do Engenheiro Couto, procedem à recuperação dos sinos do carrilhão da Torre Norte. Sábado de Aleluia de 1931 (4 de Abril) já davam os seus dobres festivos, actuando não nas chumaceiras de madeira originais, mas em outras de bronze antes retiradas da Torre Sul pelos técnicos belgas (Armando Ribeiro, Terras Fradescas, Lisboa, 1933, p. 137).

1932

O Ministério da Instrução Pública determina seja mantido o subsídio destinado a custear as despesas com os concertos de carrilhão (19 de Abril). Nova temporada de concertos por Maurice Lannoy (31 de Julho a 1 de Outubro). Hernâni Fialho Caldeira, ao fim de cerca de 2 meses de aprendizagem com Maurice Lannoy, executa os seus primeiros concertos (16 e 30 de Outubro).

1933

Temporada de concertos por Hernâni Fialho Caldeira (23 de Julho a 29 de Outubro) e Maurice Lannoy (3 de Agosto a 28 de Setembro).

1934

Temporada de concertos por Hernâni Fialho Caldeira (7 de Julho a 14 de Outubro).

1935

Temporada de concertos por Hernâni Fialho Caldeira (7 de Julho a 5 de Outubro). Quando da inauguração oficial da Emissora Nacional, as suas emissões são iniciadas com as badaladas do meio dia, a execução do Hino Nacional e mais duas peças tocadas nos carrilhões de Mafra por Hernâni Fialho Caldeira (1 de Agosto). Concertos radiofónicos na Emissora Nacional (17 e 28 de Setembro, às 22.00 H).

1936

Temporada de concertos por Maurice Lannoy (19 de Julho a 27 de Setembro). A Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses escreve ao Administrador do Concelho e ao Delegado da Inspecção dos Espectáculos exigindo o pagamento de direitos de autor “pelas execuções de música nos concertos dos carrilhões“ durante a temporada de Verão (30 de Novembro).

1937

Temporada de concertos por Maurice Lannoy (18 de Julho a 27 de Setembro). A Câmara Municipal de Mafra convida Hernâni Fialho Caldeira para um concerto de carrilhão em homenagem aos estudantes do Cruzeiro Colonial, de visita a Mafra (6 de Julho). Na rubrica Actividade Turística do seu plano anual para 1938 a Câmara Municipal de Mafra prevê continuar “a costumada época de concertos de carrilhão“ promovendo a vinda de um carrilhanor estrangeiro. Prevê ainda a continuação do habitual subsídio aos transportes entre Mafra e Mafra-Gare, em ligação com os Caminhos de Ferro, com vista a assegurar a vinda dos interessados aos concertos de carrilhão.

1938

Temporada de concertos por Maurice Lannoy (17 de Julho a 15 de Setembro). O Rádio Clube Português escreve à Câmara Municipal comunicando que se encontra concluída a instalação da camioneta de som para a gravação dos carrilhões (13 de Dezembro). Na rubrica Actividade Turística do seu plano anual para 1939 a Câmara Municipal de reedita a previsão do ano precedente.

1939

Temporada de concertos por Maurice Lannoy (23 de Julho a 24 de Setembro).

1940

Pelo decreto nº 3460 (23 de Maio) do Ministério das Finanças, a Direccção Geral da Fazenda Pública é autorizada “a contratar a execução de concertos musicais nos carrilhões de Mafra, sob a superintendência do respectivo conservador“, porém, as importâncias a despender “ com os concertos e despesas de pequenas reparações e arranjo dos carrilhões e com assalariados adstritos a esse serviço não poderão exceder a verba“ inscrita em orçamento como subsídio à Câmara Municipal de Mafra. Do orçamento autárquico consta a quantia de Esc. 12.000 $00, a receber em duodécimos do Ministério das Finanças, para subvencionar o carrilhanor a contratar para a época de Verão. Por não ser praticável, devido ao conflito mundial, a vinda do artista francês dos anos transactos, Hernâni Fialho Caldeira é novamente contratado, desta feita directamente por aquele Ministério, em virtude de o músico não ter aceite a proposta da Câmara, i.e. o pagamento de menos Esc. 200 $00 por concerto.

1946

Reunida, a Comissão Municipal de Turismo de Mafra delibera sugerir à Câmara Municipal que oficie a Direcção Geral da Fazenda Pública solicitando que os carrilhões do Palácio Nacional passem de novo para a alçada daquela Comissão (30 de Abril).

1947

Francisco Alves Gato é nomeado carrilhanor do Palácio Nacional de Mafra, por despacho ministerial (30 de Julho).

1949

Maurice Lannoy vem a Portugal acompanhado de H. Paccard para examinar o estado do carrilhão manual, aproveitando para dar um concerto (9 de Janeiro). Mafra envia à Batalha de Flores, que assinala a abertura da Feira Popular de Lisboa, comitiva e carro alegórico cujo tema são os Carrilhões (5 de Junho). Concerto pelo carrilhanor Francisco Alves Gato, por ocasião da visita de Sua Excelência o Chefe do Estado Espanhol a Mafra (24 de Outubro). Henry Paccard, Engenheiro fundidor de sinos, de Annecy, na Sabóia francesa, que se desloca a Portugal, em Janeiro de 1949, por incumbência do Ministério das Finanças. Acompanha Maurice Lannoy, com o fim de estudarem ambos a possibilidade de reparação e beneficiação dos carrilhões mafrenses. Desta visita resulta um projecto de conservação do carrilhão mecânico da torre norte e de modernização do manual da torre sul.

1954

A Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais adjudica a Manuel Francisco Cousinha, proprietário de “A Boa Construtora“ - Fábrica Nacional de relógios Monumentais, Almada, o restauro do maquinismo do carrilhão da torre sul.

1955

Comemoração do aniversário do nascimento do Rei D. João V e da Sagração da Basílica, com missa de acção de graças, Concurso de fotografia e concerto de carrilhão (22 de Outubro).

1957

Francisco Alves Gato deixa de ser carrilhanor do Palácio de Mafra em virtude de Fialho Caldeira ter reivindicado o lugar, e recorrido ao Sindicato dos Músicos para conseguir o seu intento (2 de Junho).

1962

A interrupção dos espectáculos de carrilhão há cerca de um ano, devido à ausência de Hernâni Caldeira no estrangeiro, causa perplexidade à Comissão Municipal de Turismo, conforme a mesma faz saber ao Director dos Serviços do SNI. Recorda ainda a existência em Mafra de um executante que, apesar de amador, havia desempenhado oficialmente, durante 10 anos, o cargo de carrilhanor (7 de Dezembro).

1963

Os concertos de carrilhão são considerados pela Comissão Municipal de Turismo “um dos maiores (senão maior) atractivo turístico desta zona“, pelo que tudo quanto possa ser feito para que “voltem a ouvir-se os sinos de Mafra“ contará com o seu entusiasmo e apoio (5 de Julho). Face ao parecer da Direcção-Geral da Fazenda Pública, propondo a atribuição de um subsídio de Esc. 2 000 $00 a Hernâni Caldeira, como único meio para se obter o seu concurso durante todo o ano e não apenas nos meses de Verão, aquela Comissão solicita ao SNI a comparticipação em 50% do citado valor (20 de Agosto).

1964

Por morte de Hernâni Fialho Caldeira o lugar de carrilhanor do Palácio Nacional de Mafra fica vago. Surge um movimento de opinião contra o silêncio prolongado dos carrilhões que tenta reconduzir Francisco Alves Gato no cargo. A Câmara faz diligências junto do Ministério das Finanças, dos Serviços de Turismo do SNI (27 de Julho) e do Sindicato dos Músicos, o qual responde negativamente (18 de Agosto), sugerindo a contratação de um músico estrangeiro. O Presidente da Câmara envia ofício à Comissão Municipal de Turismo de Mafra para dar conhecimento da resposta do Sindicato dos Músicos, informando que acha discutível o critério adoptado pela referida instituição e até mesmo a sua competência para interferir no assunto. Solicita da Comissão de Turismo as diligências necessárias para o recomeço dos concertos (17 de Setembro). O Eng. Saldanha, da Comissão Municipal de Turismo, em reunião de 15 de Dezembro, resolve interceder junto do SNI para pedir uma audiência na Direcção-Geral da Fazenda Pública para estudar o recomeço dos concertos dos carrilhões.

1965

Jacques Lannoy, sobrinho e discípulo de Maurice Lannoy, é contratado, pela Comissão Municipal de Turismo, para uma curta série de concertos, com início no dia 8 de Agosto, mediante o pagamento da importância de Esc. 11 200 $00, que inclui as despesas de viagem, alojamento (no restaurante Frederico) e honorários (aprovado em sessão de Câmara, de 16 de Julho). J. Lannoy chega a Mafra a 6 de Agosto. Em reunião da Comissão Municipal de Turismo é deliberado pagar a quantia de Esc. 160 $00, referente a 16 horas de serviço, aos empregados do Palácio que, durante o mês de Agosto, acompanharam J. Lannoy nos concertos nocturnos, em virtude de não estar electrificada a cabine do carrilhão (6 de Outubro). É aprovado em reunião de Câmara (31 de Dezembro) que J. Lannoy venha a receber a importância de Esc. 13. 800 $00 pela série regular de concertos de Verão de 1966, com execução de três concertos semanais.

1966

Curso de Carrilhanistas em Mafra, no âmbito do 10º Festival de Música da Fundação Calouste Gulbenkian, regido por Ephrem Delmotte (16 a 30 de Maio). Recital dos alunos do I Curso de Carrilhão (30 de Maio). Temporada de concertos por Jacques Lannoy (30 de Julho a 27 de Agosto). Lannoy realiza algumas pequenas reparações que considera indispensáveis para poder tocar, conforme o próprio afirma em entrevista ao Século Ilustrado (20 de Agosto), pelo que recebeu da Comissão de Iniciativa de Turismo a quantia de Esc. 1.000 $00.

1967

A Direcção-Geral dos Ed. e Mon. Nacionais informa que se prevê fiquem concluídas durante o mês de Março as obras de reparação da cabine do carrilhanista e a consolidação do cabeçote do sino por cima dela (4 de Março). Ciente, a Comissão Municipal de Turismo prepara com o apoio e aprovação da Fazenda Pública, Monumentos Nacionais e Sindicato dos Músicos um Curso oficial de Carrilhonistas regido por Jacques Lannoy. Entretanto, o Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian organiza o II Curso para Carrilhanistas, de 8 a 28 de Maio, dando sequência ao do ano anterior. O Sindicato Nacional dos Músicos oficia à Comissão Municipal de Turismo informando-a que “quando houver um carrilhonista português em condições de ocupar o lugar de carrilhanor em Mafra, terá que prestar provas de exame, perante júri designado“ por aquele organismo (20 de Julho). Jacques Lannoy passa a receber a importância de Esc. 16 200 $00 pela temporada de concertos a decorrer de 22 de Julho a 27 de Agosto.

1968

Os honorários de Jacques Lannoy pela temporada de concertos de Verão, a decorrer de 20 de Julho a 25 de Agosto, passam a totalizar Esc. 20 000 $00, pagos em 2 prestações, como habitualmente. JOSÉ FIALHO, Mecânico residente em Mafra. Apesar de não lhe competir, nem para isso ter autorização, a Comissão Municipal de Turismo de Mafra, para assegurar o funcionamento dos sinos cujos arames rebentavam sistematicamente, contratou-o para prestar assistência em todos os concertos no período compreendido entre 1968 e 1971.

1969

Temporada de concertos por Jacques Lannoy (19 de Julho a 24 de Agosto). Os honorários mantêm-se conforme o acordado no ano anterior.

1970

Carta de Jacques Lannoy dirigida a Ayres de Carvalho remetendo projecto de restauração e remodelação dos carrilhões (15 de Abril). A Comissão Municipal de Turismo delibera solicitar dos Monumentos Nacionais o restauro do carrilhão de acordo com as sugestões daquele projecto, sugerindo seja pedida comparticipação à Fundação Calouste Gulbenkian, face à enorme despesa prevista (15 de Maio). Temporada de concertos por Jacques Lannoy (25 de Julho a 30 de Agosto), mantendo-se a mesma remuneração.

1971

Temporada de 17 concertos por Jacques Lannoy (31 de Julho a 30 de Agosto), orçada em Esc. 20 000 $00. O músico dirige, durante a sua estadia em Mafra, um curso de carrilhanores custeado pela Comissão Municipal de Turismo (Esc. 3 000 $00). O mau estado dos carrilhões exige ao mestre um esforço suplementar e a realização de constantes reparações por um mecânico que tem de intervir em todos os concertos. O recital de 7 de Agosto termina interrompido, devido ao rebentamento das ligações de dois sinos, impossibilitando a interpretação das peças programadas. Jacques Lannoy afirma, ao abandonar Portugal no fim da temporada, não ser possível executar mais concertos enquanto o carrilhão se mantiver em tal estado.

1972

Respondendo a ofício da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, sobre a viabilidade de realização de um concerto de carrilhão por ocasião da vinda a Portugal de um grupo de altas individualidades brasileiras, a autarquia lamenta não existirem condições para tal, “em virtude de não haver em Portugal nenhum carrilhanor“ (12 de Maio). Técnicos de uma empresa especializada em fundição e serralharia de campanários, contratados pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, fazem ligeira reparação de molde a tornar operáveis os carrilhões. Francisco José Alves Gato, filho de Francisco Alves Gato, inicia os seus concertos. O carrilhanor belga Keldermans, de passagem por Portugal, toca em Mafra, sem outro pagamento senão o da estadia (Agosto).

1973

O jornal regional O Jovem noticia que a Direcção dos Serviços dos Monumentos Nacionais firmara um contrato com a “Boa Construtora“ - Fábrica de Relógios Monumentais, em Almada, para o fornecimento e montagem num futuro muito próximo de “um relógio mecano-electro-automático, de horas e quartos duplos em din-dan (quartos em dois sinos diferentes e horas num terceiro sino), cujo forte matraquear é feito à distância por meio de 3 potentes martelos eléctricos colocados um junto de cada sino, relógio este de corda automática, sem pesos, com dispositivo especial para funcionamento dos ponteiros exteriores dos mostradores existentes e destinados aos três sinos maiores do Convento de Mafra, orçado em 90 contos“ (Fevereiro). Temporada de concertos pelo carrilhanor Jacques Lannoy (28 de Julho a 26 de Agosto).

1974

O Sr. Herman Bergnik visita Mafra e toca carrilhão durante algum tempo (2 de Abril). Francisco José Alves Gato em entrevista ao Jornal Regional O Jovem chama a atenção para o estado ruinoso dos carrilhões, referindo que a ligeira reparação feita em Julho de 1972 fora mais do que insuficiente, visto ter-se reduzido à “substituição de alguns arames velhos ou partidos, aplicação de um badalo, lubrificação do teclado e pouco mais“, tendo apenas como objectivo permitir que Jacques Lannoy pudesse tocar no mês seguinte (Julho). A Comissão Municipal de Turismo oficia à Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, lembrando que o mau estado dos carrilhões é contrário aos “interesses turísticos da região e até nacional“ (2 de Setembro).

1978

O Presidente da Comissão Municipal de Turismo comunica ao Director-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais ter sido visitado por Jacques Lannoy que o informou, em meados deste ano, “ter estado a tentar tocar o carrilhão, na véspera, o que não conseguiu, ou só conseguiu com muita dificuldade“. O músico adiantara ainda que o instrumento “necessitava de uma reparação mecânica, por um lado, e de refundição de 23 sinos dos mais agudos, por outro“ (6 de Dezembro).

1980

A autarquia informa a Fundação Calouste Gulbenkian que os carrilhões se não encontram ainda reparados, ficando por tal motivo inviabilizada a contratação de Jacques Lannoy. Em consequência, o Serviço de Música daquela Fundação cancela o subsídio já concedido (1 de Outubro). A Direcção dos Edifícios e Monumentos Nacionais remete ao Presidente da autarquia a informação de que a firma adjudicatária da reparação do carrilhão da Torre sul solicitara a prorrogação do prazo de conclusão da empreitada, prevista para Junho, por mais 120 dias, com o fundamento de ter sido impossível adquirir em Portugal “algumas das medidas de arame de aço inoxidável necessárias para ultimar a ligação entre o teclado e os badalos dos sinos“ (24 de Outubro).

1981

Temporada de 12 concertos pelo carrilhanor Jacques Lannoy (Agosto), cujos honorários são fixados em cerca de Esc. 136 000 $00. O músico volta a bater-se pelo projecto de restauro do carrilhão mecânico que já apresentara anteriormente. A Federação Mundial do Carrilhão, por proposta daquele carrilhanor, seu Presidente, lança apelo à UNESCO para subsidiar a restauração do carrilhão de Mafra. O representante em Portugal de uma firma belga da especialidade remete à Câmara Municipal de Mafra uma proposta e orçamento para fornecimento e montagem “dum carrilhão automático, de martelos electromagnéticos, sem qualquer interligação ao velho Carrilhão, comandado por um relógio-mãe, programado, que utilizando apenas trinta e seis sinos, proporcionará diariamente, a par das horas, os hinos tradicionais, concertos de música, das gravações existentes ou a adquirir“! (4 de Setembro). André Lehr faz a sua primeira visita a Mafra para avaliar o estado de conservação dos Carrilhões.

1982

Temporada de concertos por Jacques Lannoy (21 de Julho a 4 de Agosto).

1983

Ao abrigo do Acordo Cultural Luso-Belga desloca-se a Portugal Jo Haazen, um dos maiores especialistas da arte sineira, para avaliar o estado dos carrilhões. Presentes também o musicólogo Humberto d'Ávila e o Eng.º Manuel Neves, representante da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, que acompanhará todos os trabalhos (Abril). Os concertos de Jo Haazen, previstos para a VIII FAPI (6 a 15 de Agosto), não se realizam devido a doença do músico, que se faz substituir por Eric Brottier. Curta série de concertos por Jacques Lannoy (Agosto). Luís Filipe Marques da Gama, Director do Palácio Nacional de Mafra, responde positivamente a ofício da Câmara Municipal, informando que autorizou Francisco José da Silva Alves Gato, piloto da TAP, morador em Mafra e habilitado com o curso de carrilhanor, a tocar os carrilhões do Palácio, por o considerar “minimamente habilitado para o efeito e haver toda a vantagem“ que os referidos instrumentos sejam tocados com mais frequência, apesar do mau estado geral em que se encontram (10 de Novembro).

1984

Eric Brottier, carrilhanor francês que tocara em Mafra em 1982 e 1983, escreve ao Ministro da Cultura, Dr. Coimbra Martins, para reafirmar a necessidade premente da restauração dos carrilhões, mostrando concordar com as propostas anteriormente apresentadas por Maurice e Jacques Lannoy. O Director da Fundição holandesa Royal Eijsbouts, de Asten, e também do Museu Nacional do Carrilhão da Holanda, Dr. André Lehr, desloca-se a Mafra, a título oficial e a expensas do governo holandês, para efectuar um estudo aprofundado do estado de conservação dos Carrilhões e sua recuperação (9 a 13 de Abril). Em consequência dessa visita, publica a brochura De Twee Klokkenspelen op het Nationaal Paleis te Mafra. Temporada de concertos por Francisco José Alves Gato.

1985

No âmbito do Ano Europeu da Música é reservada a verba necessária no orçamento do PIDDAC para o restauro do jogo manual do carrilhão da Torre sul, ficando o mecânico para fase ulterior. Para acompanhar todos os trâmites da obra é nomeada, por despacho conjunto do Ministros da Cultura e do Equipamento Social, uma Comissão composta pelo Director do Departamento de Musicologia do IPPC, Humberto d'Avila, pelo Director do Palácio Nacional, Dr. Luís Filipe Marques da Gama e por um representante da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Arq. Pedro Quirino da Fonseca (4 de Janeiro). Inicia-se a desmontagem do carrilhão da Torre sul. A Senhora D. Maria Margarida de Mendia oferece 1100 contos para o início das obras.

1986

São enviados para a Holanda, a fim de serem recuperados e afinados, os 31 sinos mais pequenos (nº 17 a 47) do carrilhão sul (Janeiro), dos quais quatro, fundidos por Felix van Aerschodt em 1928, são refundidos. A deslocação dos sinos para o estrangeiro é acompanhada por três técnicos holandeses, tendo a operação sido segurada em 54,5 mil contos. Início da montagem do Carrilhão da Torre sul, com a assistência de três técnicos da fábrica Koninklikke Edijsbouts de Asten (11 de Novembro), conforme proposta apresentada em 1984, por André Lehr:

“ - Reparação do vigamento de sustentação dos sinos em madeira : em primeiro lugar para dar a um certo número de sinos uma posição mais favorável relativamente ao teclado e, em segundo lugar, para que as ligações quebradas entre os martelos dos sinos e os cilindros ponteados pudessem ser reparados de forma ideal, [...], num futuro próximo ;

- Substituição dos quatros sinos de Van Aerschodt extremamente desafinados, inteiramente no estilo de Witlochx [...] ;

- Ampliação do carrilhão por meio de seis pequenas sinetas, designadas por sinetas de discanto, para que o carrilhão não continue a acabar no tom transposto fá-quebrado, mas sim no, evidentemente mais musical, tom dó [...];

- Reparação dos bordos e das cabeças danificadas de um certo número de sinos Witlockwx, bem como a afinação, se realmente inevitável, dos sinos de origem ;

- Uma engrenagem totalmente nova de conformidade com o chamado sistema de Malines, o que implica a remodelação de todas as ligações mecânicas entre os badalos e o teclado ;

- Um teclado manual totalmente novo, segundo os padrões-estandardizados europeus actuais“.

À excepção das reparações no vigamento de sustentação dos sinos, estes trabalhos foram realizados pela Fundição Real de Sinos de Eijsbouts, de Asten (Holanda).

É dado por concluído o restauro do sistema manual do carrilhão da Torre sul, incluindo a colocação de um moderno teclado manual, depois de devidamente testado por Francisco José Alves Gato (10 de Dezembro). A operação de montagem orça em cerca de 9 000 contos.

1987

Inauguração do carrilhão restaurado da Torre sul, com a presença do Presidente da República, Dr. Mário Soares, pelos carrilhanores Jos D'Hollander, Geert D'Hollander e Francisco José Alves Gato. André Lehr está também presente nos concertos de inauguração. (20 de Abril). Concerto de Jo Haazen com a apresentação pública de Abel Chaves, seu aluno na Real Escola do Carrilhão, em Malines (17 de Setembro).

1988

Concertos por Francisco José Alves Gato.

1989

Lançamento da obra Os Carrilhões de Mafra, edição conjunta da DGEMN e IPPC, seguindo-se-lhe um concerto de carrilhão por Francisco José Alves Gato (6 de Março). Concertos de carrilhão por Francisco José Alves Gato.

1990

Concertos por Francisco José Alves Gato.

1991

Concertos por Francisco José Alves Gato.

1992

Concertos de carrilhão por Francisco José Alves Gato. Assinatura do protocolo entre a Cimpor-Cimentos de Portugal e o Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, ao abrigo da Lei do Mecenato Cultural, com vista ao restauro do sistema mecânico do carrilhão da Torre sul, no valor de 26 500 contos (17 Dezembro), adjudicado à firma holandesa Royal Eijsbouts. A obra de construção civil, orçada em 11 000 contos, seria suportada pelo IPPAR.

1993

Concerto de carrilhão por Francisco José Alves Gato, por ocasião da visita de Sua Excelência, o Presidente da República, Dr. Mário Soares, ao Palácio Nacional de Mafra, durante a Presidência Aberta na Área Metropolitana de Lisboa (9 de Fevereiro). Concertos de carrilhão por Francisco José Alves Gato. Inauguração da Exposição documental Carrilhões de Mafra e lançamento do respectivo Roteiro monográfico (Casa de Cultura D. Pedro V, 17 de Julho).

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